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“Cuíca de Santo Amaro, Ele o Tal”, para além de um documentário

Albenísio Fonseca

Com imagens de Salvador e do Recôncavo dos anos 30, 40 e 50, além das contemporâneas e sob depoimentos de personalidades políticas e culturais da Bahia, o extraordinário documentário “Cuíca de Santo Amaro, Ele o tal”, proporciona um resgate fundamental da história da cidade, antes da sua consolidação como metrópole e  a estampar o seu mais emblemático comunicador.

 

Cuíca de Santo Amaro – como enfatiza o texto de apresentação do documentário, escrito e dirigido pelos cineastas Joel de Almeida e Josias Pires – “deixa um legado picante e irônico da vida baiana. Versos como vísceras de uma cidade emprenhada de preconceitos e hipocrisia”.

 

A obra dele, ainda segundo Joel e Josias, “é como um jornal do povo, o melhor da tradição jornalística da literatura popular”.

 

Trazendo à tona episódios e dados relevantes sobre a primeira capital do país, nas primeira e segunda metades do século 20, a exemplo da invasão de automóveis no pós-guerra, a adotar o modelo de desenvolvimento americano como um novo “colonialismo”; a descoberta do petróleo na Bahia e o incêndio da Feira de Água de Meninos, entre outros fatos sob a égide da ótica desse fabuloso poeta cordelista, o documentário foi finalizado em 2012 e disponibilizado no YouTube em 2018, como se diria de cenas de época, em inédita e marcante “arqueologia” da história da Bahia.